Lentilhas: um potencial superalimento e descontaminante de águas?
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Publicado em 22/10/2022
Lentilha, um alimento que faz parte da dieta dos seres humanos desde o período neolítico.

A lentilha é uma leguminosa muito apreciada a nível mundial, mas de uso mais expressivo na Ásia. Nos últimos anos, a mudança nos padrões de alimentação em nível europeu, como a substituição do consumo de carne e peixe por leguminosas como lentilhas, feijão e ervilhas, fez com que a lentilha ganhasse mais expressão nas dietas vegetariana, vegana e sem glúten.

Estudos mais recentes comprovam que a lentilha, além de ser rica em nutrientes, é também composta por terras raras, um grupo de 17 elementos químicos que, quando minerados, transformam-se em metais maleáveis com várias aplicações no campo de tecnologia (catalisadores, televisores e computadores).

Certas plantas e fungos presentes no planeta Terra são conhecidos por acumularem alguns micronutrientes (ou oligoelementos), num processo chamado de “hiperacumulação”. A lentilha é uma destas plantas, que apresenta um mecanismo de absorção muito eficaz. Esta informação leva a crer que a lentilha terá, no futuro, pelo menos duas aplicações de extrema importância.

Que lentilha queremos no futuro?

Tendo em mente a forma como a lentilha absorve certos micronutrientes e as terras raras, passando a usá-las como filtros, ela poderá ter um papel importante na filtragem de águas provenientes de explorações minerais. A concentração das terras raras presentes permite “tratar” as águas contaminadas provenientes de algumas explorações minerais, e assim entrar novamente no ciclo da água.

Além disso, os estudos apontam para a impossibilidade dos tradicionais agentes poluentes das águas entrarem na cadeia alimentar, já que o refinado sistema de absorção das lentilhas descarta os principais micro poluentes que afetam as águas subterrâneas, dos rios e da rede de abastecimento público.

Outra aplicação futura da lentilha será para a nutrição, tanto do ponto de vista animal como humano. Do ponto de vista da alimentação humana, ela já é considerada um superalimento, pois contém cerca de 7 vezes mais proteína do que a soja, além de ser extremamente rica em ômega-3.

E ela tem ainda uma grande vantagem em relação a outras plantas: como é uma planta aquática, não ocupa terrenos agrícolas, que cada vez estão mais valiosos. Assim, a forma como olhamos para este tipo de leguminosa pode estar mudando, com um papel cada vez mais relevante na nossa alimentação diária.

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